sábado, 23 de janeiro de 2010

Catarata Emocional


Mais uma vez venho através deste blog postar meus insight's, reflexões e aquilo que muitas vezes penso e que aos poucos tenho aprendido com a vida.

Recentemente, precebi uma das ocisas mais difíceis para mim e hoje busco como vencer isto, não sõ para minha futura carreira como para a minha vida.

Por várias vezes, eu ouvi meu monsieur de palhaço dizer que todo palhaço deve ter o olhar brilhando???? Que brilhar no olho era esse que eu não conseguia entender???? Como seria este olhar?????

Enfim, guardei durante muitos anos isto e o que isto significaria, de fato.

O tempo passou, continuei (e continuo) buscando mais este meu lado palhaço, tentando me entender como esta "personagem" e como indivíduo perante a sociedade, buscando o meu verdadeiro eu e meu equilibrio interno como pessoa.

Até que, na quinta feira, fui para minha terapia de praxe (onde acredito que já conquistei muita coisa, mas tem muito mais ainda para conquistar) e conversei com minha terapeuta para que ela me ajudasse a encontrar minha espontaneidade, minha verdade, minha criatividade.... Coisas que tenho muita dificuldade em lidar e que, às vezes, me atrapalham no meu lado palhaço.

Quando ela questionou porque a criatividade, eu respondi pelo fato de ser muito racional... de não conseguir enxergar além das formas, das aparências, e citei o calendário como caléndário apenas.

Nisto ela me questionou, e se fosse outra coisa, seria o que??? Respondi bem logicamente que poderia ser um túnel (pela cavidade interna do calendário). Nisto ela me questionou o que poderia passar por este túnel, onde respondi que poderia ser um carro, um trem, etc.

Foi ai que a barreira veio... Nisto ela me perguntou... o que poderia ser um carro aqui nesta mesa (Detalhe: haviam folhas de sulfite, lápis de cor, canetas hidrográficas, tintas guache em pote na mesa para um possível uso se necessário).

Sabia o que poderia ser um carro... mas simplesmente travei, não consegui responder, tive medo de entrar neste lúdico... Estava tentando vencer uma barreira, mas não conseguindo. Nisto ela me fala: "Você está raciocinando demais!!!".

Neste momento, me senti impotente e comecei a chorar compulsivamente... não só por não ter conseguido continuar o exercício, mas por ter me sentindo impotente perante esta barreira do racionalismo, pelo medo de entrar no lúdico. Me senti fracassado e pequeno nisto.

Após mais algum tempo, terminamos a sessão e fui trabalhar... mas pensando em tudo o que aconteceu... o que eu precisava tirar de lição disto.

Foi ai que me veio a mente que a criança brinca com o lúdico e com a fantasia sem se preocupar com o racionalismo, sem se importar com nada a sua volta... Só com aquele momento e com a alegria que aquilo está trazendo a ela... E que esta alegria é refletida no olhar

Ai entendi o que seria o brilho no olhar do palhaço... O olhar de sentir prazer no que se está fazendo... mas não só para o palhaço como para a vida... Ter este olhar sempre de prazer, de alegria, de estar bem com a vida, de se sentir feliz, não importando muito ao seu redor (há a necessidade da máscara social, mas não fazer desta uma armadura, como eu ainda tenho feito as vezes).

E nisto, percebi como estamos com uma catarata emocional... Como nos perdemos neste mundo, como não vemos mais alegria no olhar, ou não vemos nem o olhar das pessoas mais... Cada uma fechada no seu próprio mundinho, preocupados com seu próprio umbigo e esquecendo que há um mundo ao seu redor e uma alegria que podemos ser vividas.

Com certeza, algumas delas vivem estas alegrias nos momentos oportunos; Mas vejo a maioria das pessoas tristes e sozinhas (assim como, ainda, eu sou)

Hoje vejo que preciso curar esta minha catarata emocional... Mê deixar levar pelas minhas fantasias, pelas minhas intuições, sem me preocupar aonde isto vai me levar e como os outros responderão a isso.

E busco curar esta minha falha, tanto para minha pessoa... me deixar levar pelo que sou... procurar buscar quem eu sou, não me preocupando com as aparências que teria ou que tenho que ter... como para o meu lado palhaço, para que eu possa exercer um bom trabalho e brincar.

Afinal, o palhaço brinca sempre, não se preocupando com o correto e incorreto. Como dizia Chaplin:

"Se você tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de falar verdades,
Teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando
Falei muitas vezes como palhaço
Mas jamais desacreditei da seriedade da platéia que sorria"

A partir de agora, é trilhar este caminho e vencer esta barreira... Sei que hei de conseguir.

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